
TRAMA GOLPISTA
Confira os principais pontos do depoimento de Mauro Cid ao STF
Ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro dos réus a depor no julgamento

Mauro Cid cumprimenta Bolsonaro | Foto: Ton Molina/STF
O ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, é o primeiro interrogado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta trama golpista para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022. Confira a seguir alguns pontos do depoimento desta tarde:
- Cid confirmou que Bolsonaro leu a minuta do golpe e a enxugou: “Ele enxugou o documento, retirando as prisões. Somente o senhor [ministro Alexandre de Moraes] ficaria preso”;
- Ele disse que o esquema golpista não tinha organização centralizada: “Os grupos não eram organizados. Era cada um com sua ideia. Não existia uma organização e nem reuniões. Não eram grupos organizados que iam junto ao presidente. Eram pessoas que levavam ideias. Tinham dos mais conservadores aos mais radicais”;
- Segundo Cid, comandante da Marinha, Almir Garnier, “era um dos mais radicais”;
- Sobre os áudios em que criticava a delação, ele afirmou estar em crise e que não houve coação. "Tinha um desabafo de um momento difícil que eu e minha família estávamos passando. Onde mensagens de áudio da minha filha sendo vazadas pela imprensa. Matérias, fotos pessoais sendo vazadas. Eu vendo minha carreira militar, minha vida financeira acabada. O que gerou uma crise pessoal psicológica muito grande, o que nos leva a um certo desabafo com amigos”;
- E ainda: "Não sei como esses áudios foram parar na mão da Veja. Com relação aos investigadores da PF, em nenhum momento houve pressão. Eles tinham uma linha investigativa e eu tinha outra visão do que aconteceu dos fatos".
Depoimentos
Entre os oito réus estão o próprio ex-presidente, os generais da reserva Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier e, como mencionado, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso.
Os depoimentos serão conduzidos presencialmente pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, na Primeira Turma do STF. Braga Netto, preso no Rio de Janeiro, será ouvido por videoconferência.
As investigações apontam que o grupo teria articulado medidas para impedir a posse de Lula, incluindo a elaboração de minutas golpistas e a mobilização de militares. Bolsonaro nega envolvimento e afirma ser vítima de perseguição política.
