
JULGAMENTO
Bolsonaro no STF: confira pontos do depoimento do ex-presidente
Político negou a existência de uma trama golpista, reforçou o desejo por voto impresso e as críticas às urnas eletrônicas

Bolsonaro também pediu desculpa a ministro por acusações sem provas | Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depôs como réu por suposta tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (10). Durante sua fala, o político negou a existência de uma trama golpista, reforçou o desejo por voto impresso e as críticas às urnas eletrônicas.
Entre os pontos, ele negou ter enxugado a minuta golpista e contrastou o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. O ex-presidente ainda afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o prejudicou em diversos momentos nas eleições de 2022 e que não teve notícias de ações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para impedir que pessoas votassem em regiões onde o presidente Lula (PT) levava vantagem. Ele ainda afirmou que não tinha relação com as pessoas que faziam atos na porta dos quartéis.
Bolsonaro também aproveitou o momento para dizer que não tinha provas de acusações que fez a ministros de receberem dezenas de milhões de dólares em uma reunião ministerial em 2022 e se desculpar. "Desculpe, senhor ministro", se dirigiu a Alexandre de Moraes.
Mais adiante, no interrogatório, o ex-presidente admitiu "hipóteses" debatidas, mesmo com comandantes das Forças Armadas, acerca de contestar as urnas "dentro das quatro linhas da Constituição”. Ele disse, todavia, que elas ocorreram como "desabafo" e não foram adiante. “Não tinha clima, não tinha oportunidade, não tínhamos uma base minimamente sólida para se fazer qualquer coisa.”
Ainda em seu depoimento, em um momento de descontração, Bolsonaro convidou Moraes para ser seu vice, em 2026, na disputa à presidência. O ministro respondeu, conseguindo risos dos presentes: "Eu declino"
General Heleno
Mais cedo, o general Heleno optou pelo direito ao silêncio e só respondeu às perguntas formuladas pela defesa. “É importante que o presidente Bolsonaro colocou que ia jogar dentro das quatro linhas (da Constituição), e eu segui isso aí rigorosamente durante todo tempo em que estive na Presidência”, disse.
"Nunca levei assuntos políticos, tinha de 800 a 1.000 funcionários no GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Nunca conversei com eles sobre assuntos políticos.” O ex-ministro também disse que era “uma preocupação muito grande que o GSI fosse encarado e fosse sentido como organização apolítica e apartidária”, continuou.
Heleno também negou ter contribuído para espalhar desinformação sobre a votação em urnas eletrônicas e conhecer o plano de assassinato de autoridades "Punhal Verde e Amarelo". “Não, não tinha nem tempo para fazer isso.”
LEIA TAMBÉM:
Confira os principais pontos do depoimento de Mauro Cid ao STF
