POLÍCIA FEDERAL
PF indicia Gayer por suspeita de desvio em cota parlamentar; deputado alega perseguição
Corporação apuraassociação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato
Gustavo Gayer nega acusações | Foto: Reprodução
A Polícia Federal (PF) indiciou, na quinta-feira (11), o deputado federal Gustavo Gayer (PL) por suspeita de desvio em cota parlamentar. Segundo a corporação, o congressista usaria um endereço destinado a um gabinete, em Goiás, para uma loja e uma escola de inglês.
Segundo o deputado, trata-se de perseguição política e uma tentativa de impedi-lo de chegar ao Senado. Ele diz, ainda, que o local deixou de ser uma unidade de educação em 2020, durante a pandemia. Além disso, reforça que voltou apenas em 2022 ao local para fazer o escritório político.
As informações divulgadas são de quatro crimes investigados: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato (desvio de dinheiro ou bens públicos). A apuração começou em outubro de 2024. Na época, a PF fez buscas no apartamento funcional de Gayer, em Brasília, e também em um endereço em Goiânia. Um celular e arquivos foram apreendidos.
A investigação começou após a prisão de um assessor do político preso em decorrência dos atos golpistas de 8 de Janeiro. Os agentes teriam encontrado indícios de desvio de cota parlamentar no celular do suspeito.
Naquele momento, Gayer também criticou a operação. “É surreal o que está acontecendo. Não posso… Não consigo saber por que sofri busca e apreensão. Assessores meus recebendo busca e apreensão. Eu que nunca fiz nada de errado, nunca cometi nenhum crime.”
Em vídeo divulgado na quinta-feira, após o indiciamento, ele diz que seu filho e os membros de gabinete também foram indiciados. Ele explicou que a escola de inglês existiu no local de 2013 a 2020, quando migrou para a modalidade online e foi fechada devido à pandemia da Covid-19. “Aluguei um escritório pequeno e, no início de 2022, voltei para o local, que não era mais a escola de inglês, mas um escritório político.”
Ele chamou o local de Bolso Point. Lá, ele vendia produtos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e gravava um podcast. “Não tinha mais escola de inglês em espaço físico. Mas como saí em 2020 e voltei em 2022, esqueci de mudar o contrato social. E a PF do Alexandre de Moraes está usando isso para falar que eu tinha uma escola de inglês no meu escritório político.”