A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta (Republicanos-PB), cassou os mandatos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), na noite de quinta-feira (18). Além do líder da Casa Baixa do Congresso, votaram pela cassação: o primeiro e segundo vice-presidentes, Altineu Côrtes (PL-RJ) e Elmar Nascimento (União-BA); e os primeiro, segundo, terceiro e quarto secretários: Carlos Veras (PT-PE), Lula da Fonte (PP-PE), Delegada Katarina (PSD-SE) e Sergio Souza (MDB-PR).

Eduardo Bolsonaro foi cassado por exceder o número de faltas. Ele está nos Estados Unidos desde março e chegou a tirar 122 dias de licença. Contudo, ele seguiu sem comparecer à Casa após o término do período em que ficou licenciado.

Nas redes sociais, ele disse que merecia uma "medalha de honra" pela cassação. "Não por corrupção, por terem encontrado dinheiro na minha cueca ou por envolvimento com tráfico de drogas. Aliás, muito pelo contrário. Cassaram meu mandato por eu fazer exatamente aquilo que os meus eleitores esperam de mim”, disse em vídeo.

Eduardo é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentar coagir a Corte no julgamento da trama golpista, que condenou o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e crimes relacionados. 

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro, Ramagem também foi condenado a mais de 16 anos no julgamento da trama golpista. Ele perdeu o mandato por determinação do STF.

Ele está foragido nos Estados Unidos. Apesar da descoberta no último mês, ele estava nos EUA desde setembro, ocasião em que começou a apresentar atestados médicos para justificar sua ausência na Câmara.

Eduardo e Ramagem serão substituídos pelos suplentes José Olímpio (PL-SP) e Dr. Flávio (PL-RJ), respectivamente.