
EMPREENDEDORISMO JOVEM
Jovens empreendedores: os impactos no global, no local e no pessoal
Quantidade de jovens empreendedores no Brasil deu um salto de 25%, em pouco mais de uma década. Em 2012 eram 3,9 milhões, já em 2024 esse número saltou para quase 5 milhões

Patrícia Tomaz iniciou sua marca O Rato Roeu aos 21 anos | Foto: Arquivo pessoal
Cada vez mais os jovens brasileiros vêm enxergando no empreendedorismo um caminho para aliar sucesso profissional e qualidade de vida. Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), feita pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE), mostrou que o número de jovens empreendedores no Brasil deu um salto em 12 anos, de 25%, aumentando de 3,9 milhões em 2012 para 4,9 milhões, no fim de 2024. E, segundo especialistas, esse é um movimento sem volta. Aliás, só deve crescer cada vez ainda mais.
Houve um tempo em que o ideal da maioria dos brasileiros ao se aproximar do fim da adolescência era conseguir um emprego formal, com a carteira de trabalho assinada e todos os direitos assegurados pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Talvez moldada pelo crescimento em um período marcado por crises econômicas e mudanças sociais, a geração X (que compreende as pessoas nascidas entre 1965 e 1980) via no mercado de trabalho formal a segurança do salário na conta todos os meses, 30 dias de férias garantidos todos os anos, a contribuição para uma futura aposentadoria e outros auxílios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) e, no caso de uma demissão, o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Seguro Desemprego como instrumentos de sobrevivência financeira até se conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho.
Mas as gerações seguintes parecem não enxergar os benefícios da CLT como suficientes para ocupar o primeiro lugar no ranking dos ideais da juventude brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha e divulgada no primeiro semestre desse ano, apontou que 59% dos brasileiros preferem trabalhar por conta própria. Apenas 39% dos que responderam aos questionamentos disseram preferir atuar como empregado. A pesquisa mostrou ainda que o número de pessoas que consideram mais importante ganhar mais do que ser registrado subiu desde 2022, crescendo de 21% para 31%. Além disso, 63% dos entrevistados avaliaram que o trabalho com carteira assinada oferece pouca flexibilidade.
Outro dado que sugere que os brasileiros, especialmente os mais jovens, vem preferindo outras formas de se relacionar com o mundo do trabalho, também vem do IBGE. Segundo a PNAD Contínua, entre o primeiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2024, 2,5 milhões de jovens entre 14 e 24 anos saíram da força de trabalho. E isso, apesar do crescimento da população economicamente ativa. No mesmo período, a força de trabalho total cresceu 3,7 milhões.
Essa busca por novos caminhos para a vida profissional se traduz em números que impactam a economia do país. De acordo com a mais recente edição do Monitor Global de Empreendedorismo (Global Entrepreneurship Monitor – GEM 2024), que é considerada a maior pesquisa sobre o tema do mundo, a taxa de empreendedorismo no Brasil atingiu o maior patamar dos últimos quatro anos, saltando de 31,6% para 33,4% em 2024. E a Taxa de Empreendedores Estabelecidos, aqueles com mais de 3,5 anos de operação, aumentou de 8,7%, em 2020, para 13,2% no ano passado.
O comércio é a segunda opção mais buscada quando o assunto é empreender, respondendo por cerca de 25% da abertura de pequenos negócios, perdendo apenas para o setor de serviços, que tem quase 61% do total de aberturas de pequenos negócios nos oito primeiros meses de 2024.
Se o crescimento do empreendedorismo tem um reflexo positivo macro, com impactos para toda a sociedade brasileira, quando o olhar se afunila nas experiências pessoais é que se constata o quanto a decisão de se tornar dono do próprio negócio pode transformar a vida, não só de uma, mas de várias pessoas.
Foi assim com a Patrícia Tomaz Oliveira, criadora da marca O Rato Roeu, de roupas infantis. Ainda criança, quando ainda nem imaginava qual seria seu futuro profissional, já nutria uma veia empreendedora. “Sempre tinha meu dinheirinho, já vendi chaveiros, desenhos, bonecos de biscuit, roupas”, conta ela.
A paixão pela moda ela herdou da mãe, que amava desenhar e costurar para a família. E foi assim que a Patrícia decidiu que iria trabalhar nessa área. Aos 16 anos ela foi estudar Design de Moda, na Universidade Federal de Goiás (UFG). Foi aí que ela se apaixonou por modelagem, costura, e, principalmente pela história do vestuário infantil.
Quando se formou, em 2015, até tentou alguns empregos, mas foi conversando com uma amiga sobre a carência do mercado brasileiro de marcas infantis que se preocupassem com a infância, e não produzissem roupas para “mini adultos”, elas decidiram montar um ateliê para meninas. Um caminho desafiador para quem vinha de uma família sem nenhuma tradição empreendedora “Não foi uma decisão de fácil aceitação para quem estava ao meu redor, principalmente para minha família que não tem empreendedores, na verdade, meus pais sempre gostaram de muita segurança financeira”.
Mesmo assim, com 21 anos, Patrícia abriu seu primeiro negócio. Com pouquíssimo capital disponível, a opção das sócias foi por atender sob encomenda, o que acabou mostrando um bom resultado. Mas foi aí que começaram os perrengues.
A sociedade logo acabou, mas ela não desistiu: reestruturou o negócio e partiu para outra sociedade, que também não contava com muito dinheiro, mas que conseguiu se manter com as vendas, que eram uma mistura de pronta entrega e sob encomenda. “Foi um período cheio de desafios e conquistas, participando de eventos, desfiles, lojas colaborativas e, assim fomos ganhando espaço, clientes apaixonados pela qualidade, pelo estilo atemporal e meio retrô das roupinhas”.
Além disso, a Patrícia tinha uma grande satisfação pessoal por ver a marca evoluir e ainda, por poder incentivar mais mulheres a empreender. “Os feedbacks eram ótimos, ‘crianças vestidas como crianças’ e a produção sempre variava entre minhas costuras e algumas terceirizadas. Eu ainda dava aulas de costura e mentorias, ajudando outras mulheres a criarem suas marcas de moda”.
Dez anos se passaram desde que Patrícia decidiu que seu destino profissional era ser dona do próprio negócio. E ela segue feliz e apaixonada pelo resultado obtido. Nesse período passou por grandes turbulências, enfrentou a pandemia de covid-19, pensou em desistir, recomeçou... na vida pessoal, muitas transformações aconteceram, entre elas o casamento e o nascimento de dois filhos, a mais nova, uma bebezinha de dois meses. E é justamente nesse aspecto que a realização profissional tem um valor imensurável na vida da Patrícia. “Empreender é o que me permite viver meu sonho profissional e a maternidade juntos”.
A chef Elaine Moura é outro exemplo de sucesso empresarial, iniciado na juventude que deu muito certo, uma trajetória que chega a ser impressionante. Filha de um eletricista semianalfabeto e de uma dona de casa, que ela define como “uma mulher preta, mas cheia de sabedoria”, ela começou a trabalhar cedo. Aos 12 anos, Elaine, que é neta de cozinheiros, começou a fazer doces e artesanato para ajudar no orçamento doméstico.
Três anos depois, ela teve seu primeiro e único emprego formal, como secretária numa empresa de eventos. Repetindo a história de muitas meninas na mesma situação, enfrentou todo tipo de preconceito social, racial e moral, dificuldades que ajudaram a moldar sua personalidade. “Isso me fez uma mulher muito forte. Fui mãe aos 24 anos. Estudei economia, me formei em jornalismo e gastronomia e, em seguida, tive um dos melhores bufês de Goiânia, por 19 anos”, relata.
A despeito de todas as dificuldades enfrentadas, com o bufê, Elaine comprovou sua competência profissional como chef e como empresária, mas foi buscando uma receita de sobremesa autoral, que ela que deu uma guinada como empreendedora. “Eu adoro pipocas e desenvolvi uma receita incrível e única de uma pipoca muito gostosa e diferente. Eram pipocas caramelizadas, cobertas com chocolate e aveludadas com leite ninho ou algum outro sabor como cookie, paçoca com especiarias, caramelo com flor de sal. Simplesmente irresistíveis. Logo, os primeiros feedbacks dos clientes que recebiam esse doce de presente, eram muito positivos. Eles pediram para comprar nossas pipocas. Deu muito certo”, relembra.
No ano seguinte, Elaine foi convidada para ser chef da Casa Cor e viu no evento a grande oportunidade de lançar a marca PopCorn Gourmet como grife. Foi o impulso que precisava para posicionar o produto. Fechou negócio com compradores de peso como um resort e um grande shopping do país. A partir daí o negócio cresceu e se expandiu.
A PopCorn Gourmet aumentou o mix, além de 15 sabores de pipocas, outros produtos foram lançados, como cappuccinos, frapês, panetones e placas de chocolate. Tudo com pipoca, claro. Logo em seguida, a empresa também abriu as primeiras franquias e diversificou canais passando a vender para grandes redes de supermercados e em marketplaces. A empresa também firmou parcerias com grandes marcas para produção de sabores de pipoca, como a Nestlé. Em 2023 o grupo faturou cerca de R$ 18 milhões. Os casos da Patrícia e da Elaine são apenas exemplos dessa massa jovem que busca uma maior liberdade profissional que o empreendedorismo pode proporcionar. Para o gerente de negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL Goiânia), Wanderson Lima, que há muitos anos acompanha as tendências do mundo corporativo, o crescimento no número de jovens que decide ser dono do próprio negócio não é um modismo, ao contrário, trata-se de movimento crescente, consolidado e que veio para ficar.
Lima entende que, atualmente, o modelo CLT não atende mais todos os perfis e que uma parcela considerável de jovens não se adapta ao modelo rígido de carga horária pré-estabelecida, que chega a quarenta e quatro horas semanais ou, dependendo do segmento, pode até ultrapassar. São pessoas que estão buscando mais autonomia e flexibilidade. “Isso faz com que eles busquem alternativas onde eles são donos do próprio negócio e possam gerar sua própria renda, terem mais flexibilidade e mais oportunidades de ganhos”, explica.
O especialista em economia Luiz Carlos Ongaratto acrescenta ainda outros motivos que levam o jovem a optar por ser dono do próprio negócio, como a taxa de desemprego entre os jovens, que é mais elevada do que a de outras faixas etárias. Além disso, o estudioso acredita que a falta de apoio ao primeiro emprego e as exigências de experiência e/ou capacitação também levam esse público a tentar outros meios de sobrevivência. E ele aponta ainda as ferramentas de facilitação da formalização de empresas, como uma outra causa desse movimento. “A facilidade que se tem de empreender até com o próprio Microempreendedor Individual. O MEI tem feito com que essa estatística de formalização de empresas também seja inflada. Porque antes esse jovem poderia empreender, mas ele não tinha um CNPJ, ele estava muito mais dentro da economia informal”.
Internet ajudou a impulsionar
Wanderson Lima avalia que a incorporação da internet no cotidiano também acaba sendo uma alavanca para quem quer empreender. E para os jovens, que são nativos digitais, a rede é apenas um elemento a mais na gestão e no desenvolvimento dos negócios.
O e-commerce, a facilidade de comunicação, o marketing digital, o network são algumas das ferramentas, apontadas pelo gerente de negócios, que a internet disponibiliza para potencializar o crescimento das empresas. “Isso tudo faz com que eles criem novos nichos de mercado e aumentem a sua capilaridade, aumentem o alcance, podendo conseguir clientes em todas as regiões, tanto onde eles residem ou para o Brasil e para o mundo através dos canais digitais”.
As novas tecnologias também devem ser incorporadas pelas empresas, pois podem ser instrumentos de resolução de problemas, de otimização do tempo e de eficiência. “A Inteligência Artificial (IA) está aí, dominando, né? Já é o presente. Então a necessidade de conhecimento da tecnologia ela é crucial para que esses negócios se mantenham e cresçam”, afirma Wanderson.
Dificuldades fazem parte
É claro que empreender não é uma fórmula mágica que vai proporcionar tranquilidade financeira, liberdade de tempo e só e somente, bônus. Como tudo que envolve a atividade humana, o ônus também faz parte do pacote. E eles são muitos.
Para a Patrícia, o momento mais desafiador da sua jornada empreendedora foi em 2017, com o fim da segunda sociedade, que durou dois anos. A dissolução veio depois de desentendimentos e o acordo de rompimento foi muito dispendioso. “Demorei quase um ano para pagar tudo, tive que sair do local onde o ateliê ficava e alugar sozinha uma salinha comercial. Lembro que no mesmo ano tinha um desfile para fazer e usei todos os retalhos do estoque, para poupar o máximo possível. Muitas vezes pensei se a saída era desistir da marca”.
Para alguns perfis de empreendedores, as dificuldades são ainda mais presentes. Mesmo sendo uma empresária de muito sucesso, com o grupo PopCorn Gourmet faturando milhões, franquias e outros negócios em todo o Brasil e no exterior, por várias vezes, Elaine Moura foi vítima de preconceito. “A dificuldade para captar investimentos é a prova viva do quanto é mais complicado para a mulher negra. Eu já estive à frente de grandes negociações e, quando cheguei presencialmente, uma desculpa frágil foi dada para não dar sequência na negociação”, relata.
Para o gerente de negócios da CDL Goiânia as dificuldades são inerentes ao empreendedorismo: falta de capital, dificuldades para obter financiamento, indefinição quanto ao retorno financeiro, instabilidade econômica, e por aí vai. A lista não tem fim. Mas para quem quer empreender a saída é uma só: enfrentar.
Wanderson Lima avalia que a questão da renda é um dos maiores obstáculos para o jovem que busca ter seu próprio negócio. Muitos iniciam a carreira com a ilusão de altos ganhos já no começo, o que, na grande maioria, não é o que acontece. “A empresa, muitas vezes ela começa pequenininha, sem capital para poder investir, a pessoa ainda não tem um histórico de relacionamento com o mercado para buscar financiamentos, empréstimos. Então demora um pouco mais e muitas vezes essa renda é bem abaixo da expectativa”.
Ele ensina que é preciso ter paciência e seguir trabalhando. “Ao longo do tempo, as empresas evoluem, começam a gerar venda, gerar recursos e com isso a renda vai aumentar. O salário ali do Pró-labore do empresário, vai ficar maior com o passar do tempo, em que essa empresa se estabelece no mercado”.
E para quem decidiu apostar nesse universo cheio de surpresas, desafios e incertezas, duas palavrinhas precisam, obrigatoriamente, constar do vocabulário do empreendedor.
Apoio e capacitação
Antes de iniciar qualquer negócio é fundamental que o candidato a empreendedor busque conhecer, com profundidade, tudo que envolve o seu produto. Além disso, o futuro empreendedor precisa ter, no mínimo, noções de alguns assuntos, como marketing, contabilidade e relacionamento com o cliente.
O especialista em economia Luiz Carlos Ongaratto explica que, para se criar uma empresa que seja sustentável, é preciso ir além de uma boa ideia. “Ele tem que visualizar uma oportunidade de negócio e amadurecer esse negócio estruturando. Então, além do desejo de empreender é necessário conhecimento técnico, conhecimento de mercado, ter muita resiliência e saber lidar com o público. São características essenciais a qualquer empreendedor”.
Esse foi o caminho trilhado pela Patrícia. Lá no início da marca, ela e a primeira sócia, cursaram MBA de Gestão dos Processos Produtivos do Vestuário e também fizeram um curso rápido de modelagem experimental na Ual Saint Martins em Londres. “Desde então sempre estou procurando me atualizar”, diz ela.
Em 2017, quando desfez a segunda sociedade e pensou até em desistir da empresa, foi na capacitação e nas parcerias que ela conseguiu se reerguer. “Pedi ajuda financeira, arrumei parcerias, reorganizei toda parte administrativa da empresa, estudei bastante, e assim fui percebendo que eu era capaz de recomeçar sozinha”.
Buscar apoio nas entidades empresariais é, quase sempre, um caminho eficiente para conseguir ajuda, tanto para começar, quanto para manter ou desenvolver uma empresa. Para quem optou por investir no comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas disponibiliza soluções diversas para as demandas dos empresários.
Segundo Wanderson Lima, a CDL Goiânia sempre atua de forma a ajudar os empreendedores a se desenvolver, apresentando soluções, capacitação, incentivando o network e auxiliando no dia a dia das empresas. “A gente tem capacitação específica na Escola de Negócios, capacitação de gestão estratégica, financeira. Na questão da renda que a gente abordou, a mistura da renda da empresa com a renda pessoal muitas vezes é um fator decisivo para que a empresa se estabeleça ou não no mercado”, pontua o gerente.
Além disso, Lima destaca a atuação da CDL Jovem, que é formada por um grupo de empresários com perfil jovem e empresas inovadoras de diversos segmentos. “O objetivo é atrair esses jovens empreendedores e ajudá-los a inovar, ajudá-los a melhorar, ajudá-los a crescer e com isso criar uma rede de negócios, onde eles possam trocar conhecimentos, fazer negócios entre si e futuramente assumirem até cargos mais importantes e se tornarem protagonistas do mercado”, afirma.
Wanderson acredita, firmemente, que o empreendedorismo jovem é uma força gigantesca e altamente positiva para a economia. “E é por isso que a CDL está aqui como apoiadora, para que eles abram seus negócios, invistam neles, cresçam como empresa, cresçam em economia, gere renda, gere emprego e com isso a gente faz com que lá na frente tenhamos bons resultados para todos. Tanto para o empresário, quanto para o para o consumidor, para a economia em geral”.
A Patrícia sabe bem disso. Para ela, ter iniciado a marca aos 21 anos, foi importante para que o crescimento se desse de forma tranquila e gradativa, sem todas as responsabilidades que ela tem atualmente, com filhos e a família. “Empreender jovem me trouxe mais oportunidade de errar e recomeçar quando foi necessário, também me trouxe bastante experiência e confiança para agarrar as oportunidades atualmente”.
Hoje, com apenas 31 anos, mas com uma grande experiência empresarial acumulada desde que decidiu ser dona do próprio negócio, ela concilia a empresa com todos os papeis que a mulher precisa desempenhar na sociedade. Aprendeu a ser resiliente, sabe que pode ter ainda muitos tropeços pela frente, mas não se intimida. “Em março de 2018, contra todas as expectativas, registrei minha empresa. Com o pouco dinheiro que tinha, passei a produzir, praticamente, tudo sozinha e ainda revezava com as aulas que eu dava no Clube de Costura. Trabalhava dia e noite. Em dezembro de 2018 me mudei da salinha comercial e abri minha primeira loja física, que dividia espaço com meu ateliê. Pouco mais de um ano depois, veio a pandemia. Engravidei, levei o ateliê/loja para casa e trabalhei os 9 meses de gestação, produzindo conteúdo, criando, costurando e fazendo entregas. Sei que temos muito chão pela frente, mas estou pronta para todos os recomeços necessários”.
