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'AMIGO DA CORTE'

Federação das Indústrias quer participar de ação no STF sobre alíquotas do IOF

"A participação de entidades conhecedoras da temática deve auxiliar os julgadores", diz Fiep

Felipe Cardoso
Goiânia | 29/06/2025

No pedido, Federação diz que indústria é o setor que mais arrecada com impostos e pode contribuir | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para participar na ação na qual o PSOL pretende anular as votações da Câmara dos Deputados e do Senado que derrubaram o decreto editado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aumentar as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Na manifestação enviada no último sábado (28) ao Supremo, a Fiep pede o ingresso como amicus curiae, expressão em latim que significa amigo da corte. A participação de entidades ligadas aos temas analisados pelo Supremo é uma medida corriqueira na Corte. Segundo a entidade, a indústria brasileira representa 25,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, é o setor que mais arrecada impostos e pode contribuir com o debate.

"A participação de entidades conhecedoras da temática deve auxiliar os julgadores, entre outros modos, por meio da identificação de precedentes, das razões de decidir adotadas nos casos anteriores e da evolução da discussão sobre a matéria nos âmbitos jurídico, social e prático, trazendo aos julgadores fatos relevantes sobre a configuração da produção e das relações de trabalho na atualidade", argumenta a federação.

Questionamento

Conforme mostrado pelo Segmento, o PSol protocolou na última sexta-feira (27) a ADI no STF para questionar a decisão do Congresso de derrubar os decretos que reajustaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). 

O IOF é um tributo federal pago por pessoas físicas e jurídicas sobre várias operações financeiras realizadas no Brasil. “Ele é cobrado em transações de crédito, câmbio, seguros, investimentos, operações relativas a títulos e valores imobiliários”, informa o site SPC Brasil.

Na ação, o partido afirma que o PDL é inconstitucional. Diz também que o governo, ao elevar as alíquotas, se limitou “a exercer competência expressamente conferida pela própria Constituição Federal ao Poder Executivo, não havendo qualquer desrespeito ao limite de atuação normativa”. E ainda: “Trata-se, portanto, de competência constitucional do Presidente da República, e não de uma delegação legislativa ou de exercício de função regulamentar ordinária.”

Para o partido de esquerda, o "não deferimento da medida cautelar implicará grave insegurança jurídica e poderá desencadear a proliferação de litígios tributários em massa”.

Derrubado

O decreto do governo, derrubado pelo Congresso na quarta-feira (25), após ser pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também aumentava alíquota sobre empresas de apostas de quota fixa, as bets, e incluía 5% para títulos isentos de imposto de renda, como a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). 

Na primeira quinzena deste, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), se reuniu com Hugo Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para tratar do decreto. Naquele dia, houve sinalização positiva, mas esta durou menos de 24 horas, com recuou do presidente da Câmara. 

Em 16 de junho, então, a Câmara aprovou o requerimento de urgência do projeto de decreto legislativo (PDL) para revogar o decreto, o que permitiu que o texto tramitasse rapidamente no plenário.  Governistas atribuíram a reação do Congresso às críticas de Haddad ao projeto que aumentou o número de deputados no País.



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