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ALTA COMPLEXIDADE

Com 8 horas de duração, Hugo realiza primeira cirurgia de aneurisma cerebral

Com isso, Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz passa a integrar rede de unidades capazes de tratar casos complexos de aneurisma

Felipe Cardoso
Goiânia | 04/10/2025

Cirurgia contou com suporte de um microscópio cirúrgico de última geração, recém-adquirido pelo hospital | Foto: Divulgação

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do Governo de Goiás gerida pelo Einstein Hospital Israelita, realizou sua primeira cirurgia para correção de aneurisma cerebral. A operação, conduzida por uma equipe multiprofissional, é mais um marco do hospital no atendimento neurocirúrgico de alta complexidade, com reflexo direto na assistência a pacientes com doenças neurológicas graves.

Até então, o Hugo não dispunha da estrutura completa para realizar cirurgias de aneurisma. “O paciente com aneurisma cerebral precisa ser operado, idealmente, em até 24 horas após o diagnóstico. Quanto mais tempo ele espera, maior o risco de sequelas graves ou morte. Agora, com a estrutura adequada, conseguimos realizar esses procedimentos com segurança aqui mesmo”, explica o neurocirurgião do Hugo, Normando Guedes. 

A cirurgia realizada envolveu um aneurisma cerebral roto, condição em que o vaso já se rompeu, provocando sangramento intracraniano. É uma das emergências neurológicas mais graves que existem, com chance de 50% de mortalidade se não houver intervenção cirúrgica imediata. Segundo o médico, metade dos pacientes que sobrevivem à ruptura do aneurisma pode apresentar sequelas neurológicas severas, por isso, tratar o quanto antes é o único caminho para que eles tenham chance de recuperação.

O primeiro procedimento durou cerca de oito horas e mobilizou uma equipe multiprofissional, incluindo três neurocirurgiões, dois anestesiologistas, instrumentadores e profissionais da enfermagem. A cirurgia contou com o suporte de um microscópio cirúrgico de última geração, recém-adquirido pelo hospital, fundamental para garantir precisão e segurança nas intervenções neurovasculares. 

“A chegada de novos equipamentos, como o microscópio, possibilita esse salto na complexidade e qualidade da assistência”, afirma a diretora médica do Hugo, Fabiana Rolla. “O que faz, porém, com que o Hugo se torne capaz de realizar, com excelência, cirurgias que antes não eram viáveis na unidade, é uma equipe capacitada e comprometida com os melhores resultados, preparada não só para usar essas novas ferramentas, mas para ter a atenção e o cuidado de que procedimentos complexos como esses exigem.” 

De acordo com o anestesiologista Gabriel Andraos, que participou do procedimento, foram utilizados recursos modernos também na frente da anestesiologia, como o monitor de consciência BIS (que realiza a monitorização cerebral e faz uma avaliação direta dos efeitos da anestesia no paciente, indicando seu nível de consciência), bombas de infusão alvo-controladas (administra os medicamentos anestésicos com base nos parâmetros do paciente), monitor de bloqueio neuromuscular e manta térmica. 

Com a realização desse primeiro procedimento, o Hugo passa a integrar oficialmente a rede de unidades capazes de tratar casos complexos de aneurisma cerebral, ampliando a resolutividade da regulação estadual. Além disso, a conquista também traz impacto positivo na formação de novos profissionais da área, já que o Hugo é campo de prática das residências médicas em Neurocirurgia do Hospital de Clínicas (HC/UFG) e do Hospital Estadual Dr. Alberto Rassi (HGG).



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