O ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) pode disputar a presidência pela quinta vez, em 2026. Dessa vez, o pedetista conversa para se filiar ao PSDB, do ex-governador Marconi Perillo, que já defendeu ao O Segmento que o partido disputará o Planalto "sozinho ou bem acompanhado".

Ciro foi candidato à presidência da República em quatro ocasiões. A primeira, em 1998, onde obteve 10,97% dos votos; em 2002, 11,97% dos votos; em 2018, 12,47%; e em 2022, onde conseguiu 3,04% dos votos.

O ex-governador do Ceará passou pelo PSDB nos anos 1990, sendo ministro da Fazenda de 1994 a 1995. Em 1997, ele deixou o partido com críticas a Fernando Henrique - em 2018, novamente, ele ironizou uma carta de FHC, na qual o ex-presidente defendia candidatos de centro. “Mais fácil um boi voar de costas.”

Desde sua saída do tucanato, de fato, Ciro não poupou o PSDB. O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB), que articula o retorno do pedetista, também foi alvo, em 2016. À época, ele foi chamado de "picareta" por Gomes. 

Em 2017, foi a vez de Aécio Neves entrar na mira. “Morreu. O que se faz com o cadáver é enterrar. O PSDB vai fazer campanha situacionista (do governo Michel Temer), segurar a alça do caixão de um governo que tem 3% de aprovação. Vai deixar para a véspera da eleição para sair e ficar com justo estigma de oportunista”, afirmou o ex-governador, à época. 

O deputado federal Aécio Neves, hoje, é um dos líderes do partido que comanda as negociações, ao lado de Marconi. Inclusive, Perillo, que viu a possível fusão com o Podemos ruir e mudar os planos do tucanato, agora defende o legado do PSDB e diz que o partido "ainda tem um papel relevantíssimo a desempenhar, portanto, nós vamos acreditar, vamos continuar trabalhando. Alguns saem e outros entram.” Nesta semana, o vice-presidente da legenda, Duarte Nogueira, migrou para o PSD.

Ele também anunciou o possível retorno de Ciro: "O Ciro Gomes está discutindo conosco a sua volta. Tem pessoas importantes em São Paulo também nos procurando, então é assim, alguns saem e outros chegam. Nós vamos manter a história do partido.” A possibilidade do político retornar, mesmo com as críticas no passado, animam o tucanato, que vê uma nova chance no cenário nacional.

Agora, ele acredita que o PSDB se tornará uma opção, uma vez que poucos partidos não federados, em fusão ou incorporação, sobrarão. “Sobretudo, pessoas mais novas, profissionais liberais, professores, empresários. Já tenho sido muito procurado nesse sentido, portanto, nós não temos que ter pressa. O partido tem uma história, fez 37 anos, com um extraordinário legado no País, nos Estados e nos municípios.”